terça-feira, 4 de novembro de 2008

Em busca de um "Teatro Santo"

Resolvi fazer teatro porque não conseguia dançar. Eu era uma péssima bailarina. Uma cantora de voz medíocre. Então, parecia que só sobrava mesmo era atuar. Aos 13 anos, solenemente, anunciei em casa minha decisão, que foi encarada, lógicamente, como desvairio de criança... Pior que não era... Ou era e eu levei a sério... Enfim, não importa, aqui estou com um diploma na mão e um sonho na cabeça.

A decisão, que foi tomada com uma consciência de criança (e criança sempre sabe o que faz!) e que se deu, na verdade, porque eu buscava algo, que eu não sabia direito o que era, mas desde sempre busquei... viver experienciando.
É... queria viver. Descobrir algo que eu sentia que existia, mas que parecia não conseguir contatar. Foi isso que me fez buscar o teatro. E foi onde encontrei. No Curso de Artes Cênicas da UFSM descobri o quanto de "magia" há ao nosso redor. O contato com o Prof° Paulo Márcio e o Grupo Vagabundos do Infinito também ajudou muito, mas a própria experiência no tipo de teatro que se faz na UFSM dão esta visão, a quem puder e quiser vê-la. Porque é necessário querer!

Ao ler os textos de Grotowski, Barba, Stanislavski, me identifico totalmente, não necessariamente com a proposta estética ou técnicas e métodos, mas com a paixão, a ética e a forma como encaram o "fazer teatral", como uma entrega de um ser humano para a vida, um ritual de alegria, fé, pulsação de vida... uma verdadeira mágica!

Hoje, em maior contato com o "mundo", digo, com a realidade diária, com as desigualdades, pessoas de diferentes realidades sociais, enfim... estando na maior cidade da América Latina se vê de tudo um pouco, tenho cada vez mais certeza da minha decisão. Sinto as pessoas cada vez mais distantes da magia, da conexão com este universo maravilhoso em que vivemos e que fizemos tanta questão de destruir a cada dia, com nossa raiva, nosso estresse e nossa falta de visão além do umbigo! E digo NOSSA mesmo, porque apesar de ter vivenciado tantos "momentos mágicos", como atriz e diretora, também me deixo envolver por tudo... Somos todos humanos!

Bem, essa foi só uma forma de inexpressar minha percepção (porque não é possível expressar nesse sentido o que penso).

Um beijo à todos!

Um comentário:

Anônimo disse...

Não será novidade Gra se tu virar mais uma artista se consagrando pelo mundo a fora , pois tu vem de uma família riquíssíma em simplicidade , bom caráter e honestidade e além de tudo cheia cultura...que acho que são quesitos fundamentais depois do talento que é visto que tu tem pra fazermos sucesso (e ainda mais com o teu carisma amdmirável)...È isso aí Gra tá bonito o Blog e sucesso sempre pois tu merece !!!

Abração